quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

MINDJACK - XBOX360


Por certo que todos nós já tivemos momentos na nossa vida em que desejávamos controlar a mente de outras pessoas pelos mais diversos motivos e razões: para que estas tomassem outra decisão relativamente a um determinado assunto ou evitassem palavras ou acções comprometedoras… principalmente quando o “alvo” somos nós.



Pois bem, ao que parece,MindJack é o jogo que vem dar a possibilidade de tornar real a mítica frase “se eu estivesse no teu lugar…”, embora que de uma forma bem mais limitada e emocionalmente restrita. Trata-se de um conceito relativamente interessante, inserido numa história que vos passo a apresentar.
No futurista ano de 2031, os humanos, através de um aparelho semelhante a um headset, desenvolveram a habilidade de controlar a mente de terceiros. OMind Wave, tecnologia criada por Andrew Gardner, revela-se com um dos maiores avanços da humanidade em décadas. Porém, este torna-se também no principal motivo para a desordem e colapso dos governos mundiais, e as corporações como aNERKAS Solutions, portadora do projecto Mind Wave, que detêm o poder.
Jim Corbijn, agente especial da FIA (os bons da fita) e protagonista do jogo, entra em cena aquando da sua perseguição a Rebecca Weiss, um dos “alvos” da equipa. Numa sequência confusa de acontecimentos, o predador torna-se a presa: Rebecca passa a ser nossa aliada eJim é perseguido pelos restantes membros da FIA. É assim que, sem perceber bem como nem porquê, partimos para um dos piores third-person shooters que a actual geração de consolas já conheceu. 
Sempre ouvi dizer que a primeira impressão é bastante importante para o desenvolvimento de qualquer tipo de relação. Se pudéssemos associar esta mesma expressão a um jogo (comparando-o a uma rapariga), poderia referir que Mindjack seria um jogo ao qual não prestaria a devida atenção devido à sua falta de charme e má apresentação, não expondo atributos que façam pensar duas vezes. O grafismo é pobre e datado, o nível de detalhe é fraco e as personagens nem sequer mexem a boca em situações de diálogo in-game. Alguns “bugs” como armas “enfiadas” em alguns objectos ou mortes inusitadas também marcam presença neste título onde nem as cutscenes conseguem cativar o jogador, sendo estas áridas de conteúdo e bom grafismo mas ricas em quebras de framerate.
Embora o jogo seja relativamente pobre em termos de aspecto, é no departamento da jogabilidade que as coisas pioram. E enquanto vocês se questionam, na vossa inocência, se isso é realmente possível, eu aproveito para responder prontamente e com veemência: sim, é.
Em Mindjack, os níveis começam sempre de igual forma: temos somente uma pistola ao nosso dispor, uma slot para uma outra arma e uma outra slot para granadas. É tão simples quanto isto. Quem tiver como objectivo a colecção de uma infinidade de arsenal bélico, não vai encontrar aqui o seu jogo. As balas parecem feitas de borracha, sendo por vezes necessário ficar praticamente sem munições para conseguir matar um único inimigo. Os famosos headshots não estão bem implementados no jogo: os resultados são incertos, um inimigo tão depressa pode morrer com um só tiro como morrer somente ao fim de seis ou sete. O sistema de mira, além de ter uma sensibilidade impossível de alterar, apresenta alguns defeitos, principalmente quando conjugado com o também deficiente sistema de coberturaprovocando algumas situações bizarras.
Os ataques corpo a corpo são bastante complicados de executar. Cada tentativa é quase uma missão suicida, sendo praticamente impossível conseguir resultados sem nos sujeitarmos a levar uns quantos tiros primeiro.
Ao fim de algumas sequências de combate, podemos aperceber-nos de que o movimento das personagens é pouco natural, sendo muitas das vezes brusco e insólito. Isto torna-se visível principalmente no sistema de cobertura dos inimigos, capazes de se levantar e baixar a uma velocidade estonteante, de deixar o próprio Sonic a roer-se de inveja.
Apesar de todos estes pontos negativos, Mindjack consegue brindar-nos com a implementação um sistema inovador e bastante interessante baseado no controlo da mente. O Mind Hack e o Mind Slave serão duas das nossas principais “armas” ao longo do jogo.
Mind Hack resume-se na possibilidade de nos tornarmos num “wanderer” ou “viajante”, fazendo da nossa mente numa espécie de nuvem digital que vai vagueando até encontrar um novo dono. Entre os nossos possíveis alvos encontram-se NPC’s (normalmente pessoas comuns que podemos encontrar nos locais mais absurdos e com as reacções mais estranhas), mechs e criaturas (como macacos assassinos com metralhadoras às costas).
Existem duas formas diferentes de aceder ao modo Mind Hack. A primeira é voluntariamente, podendo o jogador transferir a sua mente para outro alguém estrategicamente melhor posicionado quando lhe apetecer, passando a sua personagem, logo após a entrada em modo “wanderer”, a ser controlada pela A.I. do jogo. A segunda é através da “morte” da nossa personagem: nesta situação, não temos outro remédio senão ir em busca de algo ou alguém onde possamos “encaixar” a nossa mente por tempo indeterminado.
Sempre que ambos os protagonistas ficam “fora de combate”, temos um prazo de dez segundos para fazer “renascer” pelo menos um deles. Caso não o consigamos fazer a tempo, não importa quantos NPCs, mechs ou criaturas existam nas redondezas: não existe outra possibilidade senão começar toda a missão do início.
Após deixarmos o inimigo incapaz de continuar a lutar contra nós, seja ele humano, máquina ou criatura, podemos torná-lo nosso “escravo”, passando este a ser um “valioso” aliado em combate: isto é o Mind Slave. Caso não queiramos confiar na fraca A.I., que mais cedo ou mais tarde fará com que este morra sem que tenha feito grande mossa, podemos sempre recorrer ao já referido Mind Hack para controlar o adversário previamente escravizado.
Uma das maiores dores de cabeça do jogo está mesmo na “arte” de escravizar: após incapacitarmos o inimigo, devemos estar a uma distância relativamente próxima para o fazer. E com próxima refiro-me a estar “no centro das atenções”, à mercê da quase totalidade dos inimigos, pelo simples capricho de ter mais um aliado ao nosso dispor.
Como se isso não fosse já demasiado arriscado, na maior parte dos casos os controlos defeituosos também não ajudam. Na versão PS3, aquela a que tive acesso, o Quadrado tem a função de apanhar armas, munições e executar o dito Mind Slave. Por palavras, isto não parece de todo estranho, mas numa sequência de jogo pode ser das experiências mais frustrantes de que há memória num TPS, principalmente tendo em conta que o tempo de que dispomos para escravizar o nosso inimigo é mínimo e que, por vezes, mesmo estando a um metro do mesmo, a função pura e simplesmente não funciona.
Apesar da fraca inteligência artificial, alguns dos níveis do jogo são extremamente desafiantes. Infelizmente, ao longo das cerca de oito horas de modo campanha, raramente vemos algo “refrescante”: os inimigos são quase sempre os mesmos, não existe uma grande variedade de armas, as lutas contra os bosses são tudo menos entusiasmantes (chegando mesmo a ser ridículas, principalmente tendo em conta que raramente existe uma luta directa contra os mesmos), entre outros aspectos.
No que ao áudio diz respeito, Mindjack encontra-se bastante longe de impressionar. A banda sonora é monótona e existem alguns “cortes” bruscos em algumas sequências. Ainda assim, o ponto mais fraco neste ramo é certamente o trabalho apresentado a nível vocal: as personagens não transparecem qualquer tipo de emoção e tudo parece bastante forçado. Jimaparenta estar constantemente a gritar, enquanto que Rebecca está sempre extremamente calma.
O ponto mais positivo do jogo, talvez seja aquilo a que os seus criadores chamam Instant Multiplayer: a possibilidade de jogadores de todo o mundo “invadirem” o nosso modo história no modo Host Portal (ou vice-versa, no modo Hack Portal) e tornarem a experiência mais rica, interessante e desafiante. Os jogadores que escolherem a equipa azul lutarão do nosso lado, ao passo que os que escolherem a equipa vermelha serão nossos inimigos.
À medida que vamos subindo de nível e ganhando experiência no jogo, tanto em Single Playercomo em Multiplayer, vamos desbloqueando diferentes “Plug-ins” que podemos equipar através do menu principal: as “Rules”, com as quais podemos alterar o grau de dificuldade do jogo, e as “Arts”, que têm os mais diversos tipos de funções, que vão desde o aumento da resistência da personagem até o aumento da precisão da mira.
Em suma, Mindjack acaba por ser uma desilusão. A Square Enix não soube dar o melhor seguimento a um jogo que tinha potencial para ser algo mais, mostrando assim que um bom conceito não se traduz necessariamente num bom título. Ainda assim, se continuam curiosos relativamente a este jogo e tiverem a coragem suficiente para o comprar, certifiquem-se de que não se dedicam a ele durante muito tempo seguido, pois a frustração pode tomar conta de vós. Passem um ou dois níveis, ponham na pausa… esperem… o jogo não tem pausa! Talvez o melhor seja mesmo terminar o jogo o mais rapidamente possível, para que possam usufruir de outrosshooters que tirem permanentemente este Mindjack da vossa mente.

Tetudos, segue um detonado pra vocês se darem bem nesse game fodastico:


5 comentários:

  1. ei, os gráfico desse game , são excelentes, essa análise tá errada

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  2. bom jogo, gostei d+, virei 2x e entro online só pra sacanear a galera q ta jogando tb

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  3. o segredo é deixar o modo online ativado, sempre aparece um cara pra jogar contra, ai o game fica trocentas mil vezes mais difícil

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  4. Gostei d+ desse jogo, claro que não se compara com CoD, ou Battlefield, + é um game superior SIM !

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