quarta-feira, 11 de abril de 2012

ASSASSIN'S CREED REVELATIONS - PS3



Finalmente depois de tanto tempo eis que a saga de Ezio Audittore da Firenze finalmente chega ao fim. Para mostrar o final de toda a aventura do nosso querido personagem, a Ubisoft não mediu esforços para fazer desta aventura a mais extensa e a mais profunda de toda a série.




Eu ainda me lembro bem de quando joguei o primeiro jogo da série, foi amor a primeira vista, mesmo com os problemas apresentados este era um título que me fascinava cada vez mais – até hoje não entendo a falta de interesse de muitos sobre ele, mas enfim. Assassin’s Creed 2 chegou, e tudo ficou ainda melhor. Pouco tempo depois veio Assassins Creed Brotherhood, a continuação da história de Ezio Auditore Da Firenze, que utilizou muito do que foi feito em Assassin’s Creed 2. E agora, eis que nos chega o fim da série, Assassin’s Creed Revelations o mesmo motor de jogo regressa para um quarto episódio, com uma reciclagem das mesmas físicas, jogabilidade e ambiente.
A questão é: Será que o final da saga de Ezio é mais do mesmo, ou temos muitas inovações?
Se você acompanha a série sabe que Ezio foi o protagonista de Assassin’s Creed II e Assassin’s Creed: Brotherhood. Para quem jogou estes títulos (e, por favor, só jogue este se jogar os outros antes), é interessante que percebemos como o personagem tem evoluído durante o tempo. Começou como um jovem aventureiro e imprudente, e se tornou um assassino frio e calculista em Brotherhood. Em Revelations temos o fim da saga do nosso querido Ezio, e aqui o personagem que já passou dos cinquenta, é um veterano de barba grisalha. Um homem sábio e ponderado, cujo passado é respeitado por todos dentro da ordem de assassinos – um Ronaldo Fenômeno dentro da sua ordem.  Está caracterização de Ezio já é um ponto muito a favor para a Ubisoft, pois hoje no mundo dos games retratar o amadurecimento de um protagonista tendo em conta os títulos anteriores é muito importante, e nem sempre isso é feito, ou feito da melhor forma.

Não pretendo comentar muito sobre o enredo do jogo, afinal, a graça é você jogar e desvendar ele sozinho – o bom é que esse vem com legendas em português, facilitando bastante as coisas. O enredo de Revelations  é o mais bem elaborado da série, e isso pode ser observado logo no inicio. Na trama temos o desvendamento da história de Ezio Auditore e conta a sua demanda para tentar descobrir uma série de chaves escondidas por Altair, o seu antepassado, e assim abrir as portas do Grande Templo, que esconde algo demasiado valioso para cair nas mãos dos templários. Ezio se envolve em uma trama política na cidade de Constantinopla e mesmo com toda essa enrolação e essa loucura, ainda arruma um tempinho para viver uma grande paixão.
Além de Ezio ainda temos a história de Desmond Milles, o descendente direto desses personagens que no presente, se vê aprisionado dentro do Animus. O jogador tem a função de ajuda-lo a encontrar uma saída deste mundo. E para finalizar temos Altair e todos os seus momentos marcantes. Assassin’s Creed sempre teve uma boa história carregada de conspiração, mas desta vez, em Assassin’s Creed Revelations, a Ubisoft conseguiu fazer algo memorável e se superar ainda mais, não apoiada apenas no segredo que divide os Assassinos e os Templários, mas sim, através da exposição dos personagens que já conhecemos. Em Revelations temos muito mais diálogos do que nos jogos anteriores e este está muito mais bem escrito que no passado, o que deixa o enredo ainda melhor fazendo com que a trama seja melhor desenvolvida. A legenda em português está muito boa, nada absurdamente estranho.
E se falamos de enredo, não posso deixar de comentar sobre o local onde se passa a trama, Constantinopla. A Ubisoft conseguiu retratar uma cidade muito bonita, e que nos lembra o porquê do ambiente envolvente ser um dos protagonistas da série Assassin’s Creed. Não é só Ezio, ou Altair, ou Desmond Miles, mas também toda a atmosfera das paisagens rurais em contraste com os palácios e castelos. Você encontrará regiões onde a riqueza transborda pelos tapetes e cortinas de seda, a região de comércio mostra as influencias árabe, mas há também uma área onde os pobres são oprimidos, é um retrato real da vida cotidiana de muitos. Constantinopla é onde se desenrola a maior parte da aventura, uma cidade cosmopolita cujo controle é disputado entre Bizantinos e Otomanos sempre com a sombra dos templários por perto. O modo tão detalhado e bem feito como Constantinopla foi retratado no jogo ajuda a aumentar ainda mais a nossa imersão no jogo. E para deixar tudo ainda melhor e mais convincente a Ubisoft introduziu ainda um ciclo de dia/noite em tempo real.


Ok, já falei do enredo e de como esse é um dos jogos da série mais brilhantes já feitos nesse quesito. Já falei de como Constantinopla é retratada com muita veracidade. Mas nada adiantaria tudo isso se a jogabilidade do game não fosse tão boa quanto o resto. Em termos de jogabilidade pouco foi adicionado, e continua o mesmo esquema de escalar paredes e muros e realizar perseguições em telhados, mas não é porque o esquema continua o mesmo que a jogabilidade é a mesma. A Ubisoft melhorou muito esse quesito no jogo, deixando ela bem amis confortável, e temos ainda a adição da Hook Blade, uma nova arma que permite a Ezio deslizar por cordas, segurar-se em rebordos dos telhados e até mesmo utilizar os inimigos como “trampolim”.
Desde sempre é possível notar como a Ubisoft vem trabalhando para transformar a experiência de jogo de Assassin’s Creed mais elaborada. Sempre havia críticas e a Ubi sobre pegar elas e melhora-las unindo assim essas melhorias em Revelations. O jogo ficou muito mais variado e dinâmico, onde é possível deixar de lado as buscas secundárias e se concentrar na história sem se sentir culpado por não pegar um cristal do animus. Agora se você for do tipo que não gosta de deixar nada para depois, vai se deparar com missões mais elaboradas e que contam com as habilidades de assassino para serem resolvidas. As partes mais divertidas são as buscas de Ezio pelas chaves da biblioteca de Altair.
Em termos de combate, Revelations felizmente – já que o antigo sistema era perfeito – não mudou muito, apenas melhorou ainda mais e utiliza o mesmo estilo fácil e direto. Apesar de alguns inimigos agora utilizarem estratégias variadas que anulam os nossos contra-ataques, é certo que este sistema continua não sendo muito bom.
No meio do combate talvez a maior adição foi a possibilidade de criarmos as nossas próprias bombas, e equipa-las como armas secundárias. Podemos criar um conjunto de nove bombas, divididas entre três tipos diferentes, diversion, tactical e lethal (diversão, tático e letal). Para se criar as bombas devemos ter a disposição alguns materiais, esses que estão espalhados pela cidade. A carcaça (Shell), que determina o tempo que a bomba demora a ativar. A pólvora (gunpowder), podemos escolher entre vários níveis de poder para a explosão. E finalmente um de vários materiais de efeito, que vão desde fumo, veneno, mau cheiro, gás incapacitante, estilhaços, enfim varia dependendo do tipo de bomba que queremos criar. Assim, a utilização das bombas, está diretamente ligado ao tipo de elementos que escolhemos para elas.


Outra adição que temos é o modo Den Defense, que como o nome mesmo dá a perceber, é um modo ao estilo Tower Defense em que compram unidades e colocam ao longo de uma linha por onde passam os inimigos. Podem criar barreiras, comprar soldados e dar ordens assim como atacar com a vossa pistola ou ordenar tiros de canhão. O ruim é que este, que poderia sim ser uma grande adição, acaba por não acrescentar tanto assim ao jogo.
O modo multiplayer, que teve sua estreia em Brotherhood está de volta com alguns refinamentos, e dois novos modos de jogo, o Artifact Assault e o Deathmatch. O modo multiplayer do jogo é mega interessante, principalmente por nele a gente ser ao mesmo tempo caçador e presa. O mais legal de tudo isso é que deixa o jogo muito mais dinâmico, nos forçando a ser cuidadosos e pró ativos na procura do nosso alvo. Enfim, se você jogou Brotherhood conhece o modo multiplayer do jogo, então vou me focar a explicar melhor os novos modos adicionados.
O Deathmatch é muito semelhante ao clássico Wanted presente também em Brotherhood, mas com a particularidade de não ter o radar que indica a posição do nosso alvo. O modo é difícil pois não tem uma indicação clara de onde está o nosso alvo, como nos outros onde temos o radar que indica a posição do nosso alvo. Nesse modo o que temos é um retrato do nosso alvo no canto superior direito do ecrã com uma barra à volta, que brilha sempre que entramos na sua linha de visão. Assim, somos obrigados a procurar entre a multidão com atenção e cuidado para não sermos detectados. Isso deixa o jogo ainda mais desafiador e intrigante.
Já o modo Artifact Assault funciona como um “capture the flag” (captura da bandeira) por equipes de quatro jogadores. Como sempre temos a base onde está o nosso artefato/bandeira que tem que ser defendido, e a base adversária onde está o artefato que precisamos capturar. Seria como um “pique bandeira”. O interessante é que nesse modo o mapa é divido por zonas, e enquanto estamos na nossa zona somos o predador e podemos atacar os inimigos. Assim que atravessamos a fronteira para território inimigo, tornámo-nos a presa e somos forçados a jogar defensivamente.


Quando o assunto é gráficos não tem como a série Assassin’s Creed impressiona, ainda mais nas CGs. Sou fascinado por CGs, e cada vez que vejo uma de AC fico admirado. Em Revelations elas estão ainda mais bonitas e magnificas. Mesmo usando praticamente o mesmo motor gráfico desde sempre, a série continua impressionando. Os gráficos em si ainda contam com pequenas falhas, mas nada que estrague a beleza do jogo. É de se admirar como a Ubisoft Montreal é exímia a recriar ambientes urbanos cheios de vida e a fervilhar de atividade. Eles conseguem retratam com muita veracidade o ambiente do jogo. Em Revelations temos sim algumas falhas de pixels, entre outras coisas, mas no quesito gráfico e ambientação a Ubisoft está simplesmente de parabéns, o jogo ficou lindo, e vemos isso logo na CG inicial.
E por fim, mas nunca menos importante, temos o som. Aqui Revelations manda bem demais por sinal, ou melhor toda a série AC manda. Os efeitos sonoros do jogo continua com uma qualidade sensacional, e com suas composições memoráveis. Os sotaques estranhos estão de volta, com misturas entre o inglês e outros sotaques mediterrânicos. Além disso, o trabalho vocal, a sincronização, tudo ficou perfeito no jogo e este é sem sombra de dúvidas o jogo com o melhor efeitos sonoro de toda a série.
No fim depois de muitas horas jogando Revelations é simplesmente impossível não admirar o jogo, e se você é um apreciador dos games passados então, fica ainda mais difícil você não ser conquistado por este. Infelizmente, como eu mencionei no começo da análise se você não jogou os games anteriores ficará bastante perdido na história, pois grande parte dos eventos não pode ser desligado da história dos jogos anteriores. Com o encerramento dos capítulos dedicados a Ezio e Altaïr, sobra… Desmond. É inevitável ficar a questão se será Desmond o protagonista do terceiro Assassin`s Creed, é provável que sim. Revelations sem dúvida foi um jogo feito pensando nos fãs, feito por fãs, e que no fim, todos os estúdios envolvidos souberam nos apresentar um grande jogo. Se foi um fim memorável e digno, isso você só irá descobrir jogando, mas no meu ponto de vista, foi o fim justo e lógico.

Tetas Selvagem, leiam o detonado:
http://www.detonadosgamer.com/2011/11/detonado-assassins-creed-revelations.html



Um comentário:

  1. supremacia Audittore, mas com um final triste e uma santificação do Altair

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